Definição do HUMOR
Definição de Humor segundo a wikipedia
Humor do latim humore é uma forma de entretenimento e de comunicação humana, para fazer com que as pessoas riam e se sitam felizes. As origens da palavra "humor" assentam-se na medicina humoral dos antigos Gregos, que é uma mistura de fluídos, ou humores, controlados pela saúde e emoção humanos.
Na indústria do entretenimento, dá-se o nome de humorista aos profissionais do humor, qualquer que seja o meio de comunicação em que este actua. A televisão (Herman José, Jô Soares...), o teatro e o cinema (Charles Chaplin, Buster Keaton, Jim Carrey...) têm um lugar privilegiado, mas também os livros (José Vilhena, em Portugal), revistas e jornais podem ser um terreno fértil para a arte de fazer rir.
O humor pode ser a chave para a compreensão de culturas, religiões, costumes, enfim para toda sociedade no sentido mais amplo. Sendo um elemento vital para a condição humana, o humor disseca a vida e as maneiras da sociedade humana através dos séculos. O riso se transforma através do tempo assim como os costumes e as correntes de pensamento. De época para época, os pensamentos se assemelham ou se diferem, e o humor acompanha essa tendência.
Apesar de uma aparente regionalidade e temporalidade, o humor é universal e atemporal. Ele se transforma através do tempo e do espaço acompanhando a história humana. O humor possibilita o aprimoramento de idéias, o alargamento da percepção e a construção da visão crítica. É através do humor que o sujeito aprende a subverter a lógica e atravessar as fronteiras do óbvio. A subversão é revelada através do inconformismo, do rompimento com as regras estimulando - e sendo estimulado - pela criatividade.
?Poderá surpreender que o humor constitua uma virtude? diz André Comte-Sponville. E ele próprio dá uma resposta: ?O humor é uma desilusão alegre. Nisto ele é, ou pode ser, duplamente virtuoso: como desilusão, raia a lucidez (e, portanto, a boa-fé); como alegria, raia o amor, raia tudo.?
Apesar de o humor ser largamente estudado, teorizado e discutido por filósofos e outros, permanece extraordinariamente difícil de definir, quer na sua vertente psicológica quer na sua expressão, como forma de arte e de pensamento. Na verdade, o que é que o distingue de tantos outros aspectos do cómico, como a ironia ou a sátira?
A ironia não é uma virtude. Consiste em não dar às palavras o seu valor real ou completo, querendo significar o contrário do que se diz. Ou seja, a ironia é uma simulação subtil de dizer uma coisa por outra. Ao pressupor uma atitude mental ágil, pela recusa da passividade perante uma imposição do objecto cujo valor põe em causa, possui uma linguagem que não se encontra ao alcance de todos criando um círculo especial dentro do qual deseja ser entendido. A ironia não pretende ser aceite, mas compreendida e interpretada.
Para Sócrates, a ironia é uma espécie de docta ignorantia, ou seja, ignorância fingida que questiona sabendo a resposta e orientando-a para o que quer que esta seja. A ironia de Sócrates pressupõe malícia e desconfiança simulada nas próprias capacidades.
Em Aristóteles e S. Tomás de Aquino, a ironia não passa de uma forma de obtenção de benevolência alheia pelo fingimento de falta de méritos próprios.
A partir de Kant, assentando na ideia idealista, a ironia passa a ser considerada alguma coisa aparente, que como tal se impõe ao homem vulgar ou distraído.
Para André Comte-Sponville, ?é o riso mau, sarcástico, destrutivo, o riso de troça, aquele que fere, que pode matar (?)?. A ironia pode estar virada contra o Eu, sendo denominada auto-irrisão, ou contra os outros, lançando a sua impiedade na tentativa de os dominar e humilhar.
Corrosiva e implacável, a sátira é utilizada por aqueles que demonstram a sua capacidade de indignação, de forma divertida, para fulminar abusos, castigar, rindo, os costumes, denunciar determinados defeitos, melhorar situações aberrantes, vingar injustiças? Umas vezes é brutal, outras mais subtil.
Como já se analisou, abusivamente são incluídos no humor toda a espécie de cómico. Mas estamos, agora, preparados para distanciá-lo da ironia e da sátira. Ora, o que individualiza o humor é a simpatia que obtém do Homem, inerente a si pela implicação de aspectos intelectuais e emocionais na sua compreensão, e também a sua profundidade e reflexão interior.
O humor é determinado essencialmente pela personalidade de quem ri. Por isso, pode-se pensar que o humor não ultrapassa o campo do jogo ou os limites imediatos da sanção moral ou social, mas este pode subir mais alto e atingir os domínios da compreensão filosófica, logo que o emissor penetre em regiões mais profundas, no que há de íntimo na natureza humana, no mistério do psíquico, na complexidade da consciência, no significado espiritual do mundo que o rodeia. Pode-se, assim, concluir que o humor é a mais subjectiva categoria do cómico e a mais individual, pela coragem e elevação que pressupõe. Logo, o que o distingue das restantes formas do cómico é a sua independência em relação à dialéctica e a ausência de qualquer função social.
Trata-se, portanto, de uma categoria intrinsecamente enraizada na personalidade, fazendo parte dela e definindo-a até. É por isso que se diz ?Há tantos humores como humoristas.?.
De facto, o humor provém de uma atitude do espírito que nos permite enfrentar a realidade fazendo sobressair os seus aspectos cómicos ou pitorescos. O humor revela a agilidade e a lucidez da inteligência de quem o possui, mas também a liberdade que este necessita demonstrar que possui. É por isto mesmo que o humor implica uma certa reserva. Pode ser uma defesa, pois pode ser usado pelo psiquismo para a rejeição do que o ofende ou oprime, dominando o horror, atenuando o carácter severo das coisas sagradas e reduzindo às justas proporções os acontecimentos preocupantes.
O humor negro pode desempenhar, neste sentido, um papel importante. Não respeita nenhum tabu, pelo que reveste muitas vezes um carácter odioso para quem não ?aprecia o seu sal?. Com este humor, o riso brota do sério, da própria inquietação moral.
Hoje em dia, o humor (talvez mais a ironia e a sátira) é muito estimado e respeitado, o que se pode verificar pela sua utilização constante na televisão, tanto em publicidade, como em vários programas televisivos. No entanto, não é só pelo prazer que este nos dá, que o humor é apreciado, é também pela sua capacidade de transformar a seriedade da vida em algo que nos é mais fácil aceitar.
Assim, disfarçando a seriedade que, no entanto o caracteriza, o humor destrói o ódio, a cólera e o ressentimento. Por isso, o humor tem a capacidade de modificar as disposições do Homem: a tristeza em alegria (por exemplo, as graças em relação ao desastre de Entre-os-rios), a desilusão em cómico (as piadas sobre Carlos Cruz e o caso Casa Pia), etc. ? ?Não ter humor é não ter humildade, nem lucidez, nem ligeireza, é ser demasiado cheio de si, é estar iludido consigo mesmo, é ser demasiado severo ou agressivo, e por isso carecer quase sempre de generosidade, doçura, misericórdia?? (COMTE-SPONVILLE). Concordo com esta afirmação, pelo que considero que o humor é uma importante virtude, por ser essencial à existência de outras virtudes. ?De que vale o amor sem alegria? De que vale a alegria sem o humor?? (COMTE-SPONVILLE).
Penso que uma pessoa que careça de humor, não pode ser humilde por não se aceitar a si próprio como é. Uma pessoa sem humor, não pode, também, ser generosa pois, se não se aceita a si próprio, não será capaz de se ?dar aos outros?. No entanto, uma pessoa que careça de humor, pode ser, por exemplo, corajosa ou justa sem para isso necessitar do humor. ?Existe coragem no humor, existe grandeza, generosidade? (COMTE-SPONVILLE). É por isto que o humor não é uma virtude cardeal, mas sim uma ?virtude anexa (?) ou compósita, virtude ligeira, inessencial?, como diz André Comte-Sponville.
Aceito, ainda, a análise que Comte-Sponville faz do humor como virtude em ?O pequeno tratado das grandes virtudes?. Aí, este diz que o humor é uma virtude estranha, por apenas querer ser engraçada esquecendo a moral, o que, no entanto, não justifica que este não seja uma qualidade preciosa e essencial ao Homem. Apesar de ser uma espécie de cómico, o humor não esquece a seriedade, pelo que transforma a situação desesperada numa situação de gravidade menor. Em vez de humor, S. Tomás de Aquino utiliza a palavra ludus querendo esta significar a graça, a jovialidade e leveza no falar e no agir que tornam descontraído, acolhedor, divertido e agradável o convívio humano. Considera também que é uma virtude da convivência, do relacionamento humano.
?Ludus est necessarius ad conversationem humanae vitae.? ? ?O humor é necessário para a vida humana.? (S. Tomás de Aquino) Através desta afirmação, infiro que, da mesma maneira que o sono está para o repouso corporal, também o humor está para o repouso da alma. Penso que esta analogia entre o sono e o humor é bastante explícita, no que diz respeito à importância do humor na vida do Homem. É por isto, que o humor é considerado, por S. Tomás de Aquino, um bem útil. Mas, assim como este, também penso que se deve usar o humor constantemente na nossa vida, tendo em atenção que este necessita de um controlo, tanto ao nível do conteúdo, que deve ser moralmente correcto, como ao nível do momento, lugar e pessoas envolvidas.
No entanto, S. Tomás de Aquino considera ainda que o humor pode ser um vício por excesso, ou seja, por falta de controlo e medianiedade no uso deste. Aqueles que exageram no brincar tornam-se inoportunos, por quererem fazer rir constantemente, ao invés tentarem não dizer algo imoral e mesmo agressivo para com aqueles a quem a ?brincadeira? é dirigida. O humor pode também ser um vício por ausência deste. Aqueles que carecem de humor, irritam-se com os que o usam e tornam-se ?frios? e distantes, não deixando a sua alma repousar pelo uso do humor. Como no meio é que está a virtude, aqueles que usam convenientemente o humor, têm a capacidade de converter as coisas que se dizem ou fazem em riso.
4 Comments:
Gostei Muito
Eu também
perfeito pra minha atividade de portugues
Gostei
Enviar um comentário
<< Home