Joaquim Monchique
Jornal de Notícias|Vai integrar o júri do programa "Aqui há talento". O convite marca o regresso à estação pública?
Joaquim Monchique|Bem, eu comecei na RTP, no programa "Grandes Noites" do Filipe La Feria e tenho com esta estação e com os seus responsáveis as melhores relações. No entanto, não vou regressar à RTP porque o meu contrato é com a produtora do "Aqui há talento" e não com a RTP.
Mas vai regressar aos ecrãs da RTP. Por que aceitou o convite?
Sim, vou regressar e estou bastante entusiasmado, porque acredito sobretudo na "filosofia", na qualidade e no interesse do programa. Quando me convidaram para integrar o júri eu já conhecia o formato, depois vi imagens do programa na França, nos EUA e na Austrália e confesso que gostei ainda mais.
Concorda então com programas deste género caça talentos. Acha que as nossas televisões deveriam ter mais formatos desse tipo?
Acho muito importante a realização de programas assim, porque é uma forma de desvendar os talentos. Há por aí muito boa gente fantástica, que sabe fazer coisas interessantíssimas e muitas vezes não tem oportunidade de as demonstrar. Julgo que se perde muito tempo em exibir programas sem história, em que as pessoas estão metidas numa casa à espera que aconteçam zangas e tricas, o que é um desperdício de tempo e de antena.
Nos últimos anos, deu a cara pela SIC, designadamente no programa do Herman. Saiu de relações cortadas com a SIC? E com o Herman José?
Não, de maneira nenhuma. Não corto com ninguém e muito menos com a SIC, onde tenho excelentes recordações e onde me diverti e trabalhei com muito prazer. Além do mais sou grande amigo da Teresa Guilherme, da Direcção de Programas, pela qual tenho muita consideração. E quanto ao Herman é um dos meus maiores amigos, falo com ele todos os dias e a nossa amizade é inabalável. Trabalhei com ele dez anos e, portanto, obviamente que continua a ser um dos meus grandes amigos. Nunca esquecerei a minha "família televisiva" que, além do Herman José, integra a Maria Ruef, o Manuel Marques, a Maria Vieira e a Ana Bola.
Não põe de parte voltar à SIC e a um programa do Herman?
Não, claro que não. Como já disse, não tenho vínculo com a RTP, agora vou fazer o "Aqui há talento", mas daqui a um ano já posso trabalhar de novo com o meu amigo Herman.
O seu futuro passa pela televisão? Sente-se bem no ecrã?
Eu gosto muito de fazer televisão e gosto principalmente de trabalhar como actor humorista, portanto, gostaria de continuar. Mas também confesso que tenho um sonho que é o de participar numa telenovela.
Nunca fez novela? O que o atrai nesse trabalho?
Nunca fiz e confesso que gostaria de participar, tenho muita curiosidade. Se porventura gostasse do papel que me atribuíssem, aceitaria. É um sonho meu.
Você é conhecido essencialmente pelo seu trabalho como actor humorista. Quer continuar nessa área?
Confesso que gosto bastante de fazer o que faço. O bem melhor que há é o riso e a seguir são as palmas, portanto, dito isto, naturalmente, que quero prosseguir neste divertido e fascinante mundo do humor.
Acha que em Portugal temos bons humoristas? Quem são eles?
Acho que sim, as pessoas gostam de rir e nesse sentido considero que se o humor tiver qualidade terá futuro. Também acho que temos muito bons humoristas e não posso deixar de destacar os "Gato Fedorento", que são, na realidade, formidáveis. Eu já os conhecia, porque muito do sucesso que nós obtivemos no "Herman SIC" deve-se a eles que eram os autores de muitos dos textos. Portanto, é evidente que considero que os "Gatos Fedorento" são, indiscutivelmente, a grande revelação e que vieram dar um impulso grande ao humor que se faz no nosso país.
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